quarta-feira, 29 de junho de 2011

Gostaria de ter participado...

Fui convidada para o Workshop Saúde Mental e Trabalho, evento que foi realizado no Rio de Janeiro, no início deste mês de junho.  Infelizmente, não houve tempo hábil para organizar minha ida.
Mas receber o convite e saber que o evento contou com nomes do quilate do Consultor Romeu Kazumi Sassaki, me deu a certeza de os trabalhos foram muito bem conduzidos.
Também recebi com felicidade a notícia que a Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Rio de Janeiro - se preocupa em estimular a abordagem de tão importante tema. 
Parabenizo-os pela iniciativa de discutir a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, ainda tão desconhecida dos operadores do direito, e até de nós, parlamentares, em todo o Brasil.
Este tratado que ingressou no Brasil com status de emenda constitucional, nos termos do art. 5º, §3º, da Constituição Federal, precisa ser divulgado e cumprido, pois que permitirá mais igualdade no Brasil, independente das diferenças que possuímos.
Como representante da Frente Parlamentar do Congresso Nacional em Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, parabenizo os organizadores do evento, e desejo que os trabalhos tenham sido proveitosos e contribuam para a verdadeira inclusão social.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Finalmente percebi o peso de se negar o direito à áudio-descrição

Eu sou Roseane Cavalcante de Freitas, a Rosinha da Adefal, deputada federal por Alagoas e também Presidenta da Frente Parlamentar do Congresso Nacional em Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência.
Venho aqui trazer meu relato de experiências que vivi com a áudio-descrição, e que hoje me fizeram entrar de cabeça nessa luta pela sua realização, por acreditar que este recurso é uma das garantias do direito à comunicação e à informação.
Quando tive meu primeiro contato com a áudio-descrição propriamente dita, eu já tinha lido, conversado e escutado das pessoas que a áudio-descrição era um recurso de acessibilidade comunicacional importante para as pessoas com deficiência visual. “É bom para os cegos”, diziam. E eu assentia com a cabeça, demonstrando ter entendido e concordado com a observação.
Eu achava que entendia.  Achava que sabia do que se tratava esse recurso de acessibilidade.  Mas meu entendimento era puramente das orientações técnicas, sem que eu “sentisse” o que, de fato é a áudio-descrição.
Mesmo que por motivos “técnicos”, no mês de junho do ano passado (2010), ainda quando vereadora em Maceió, organizando um evento sobre deficiência e relações de consumo, junto com o Procon/AL me veio a idéia: por que não proporcionar áudio-descrição no evento? Afinal, Alagoas nunca tinha tido a oportunidade de ter contato com este recurso em acessibilidade.
Sugeri. Idéia aceita pelo Superintendente do Procon/AL, Dr. Rodrigo Cunha, contato realizado com a equipe do Prof. Francisco Lima, do Centro de Estudos Inclusivos da Universidade Federal de Pernambuco, e chegou o grande dia.
Muita chuva... muita chuva, mesmo.
Vocês lembram das enchentes que destruíram diversos municípios alagoanos e pernambucanos, no ano passado?  O ápice dessa catástrofe natural foi justamente na véspera do evento.
Graças à Deus, o Prof. Francisco, a Prof. Rosângela Lima, e a equipe de áudio-descritores, que vieram de carro, de Recife, chegaram bem.
E mesmo com toda a chuva, o auditório estava cheio.  
As pessoas com deficiência visual em Alagoas, ansiosos por experimentar o recurso.
Começamos o evento.  Para mim, aparentemente, nada de anormal, a não ser os fones de ouvido utilizados por parte da platéia.
Mas, aos poucos, foi me chamando a atenção as feições de espanto, a concentração, os sorrisos em sintonia, como que num segredo só de seus usuários.  O que eles estavam escutando?  O que dividiam entre si?
A curiosidade foi maior, e não resisti: solicitei um fone.
E escutando a suave voz da professora Rosângela, fui me deixando envolver pela narração.
Fui conduzida a imaginar cores, formas, sensações, como a muito não fazia.
A rotina da vida nos embrutece. E naquele momento me permiti viajar pela suavidade do que me era sugerido.  Me senti valorizando coisas que há muito me passavam desapercebidas. Me senti mais humana com a experiência.
Quando da palestra do Prof. Francisco, explicando sobre a importância da áudio-descrição, me surpreendi quando ele relatou “não sabia que a Rosinha tem cabelos loiros e olhos azuis”.
Sabemos que a aparência, a forma como nos vestimos e como nos comportamos define muito do que somos.  Muitas vezes as nossas bandeiras e lutas se encontram estampadas na forma como nos apresentamos para o mundo.  Até por isso a moda é uma instituição.
E naquele momento é que vim perceber que foi negado às pessoas com deficiência visual, informações que achamos tão óbvias e que, por si só, os ajudaria a contextualizar situações e acontecimentos.
Numa outra ocasião, ao final de um evento no interior de Alagoas, um senhor cego venho me cumprimentar e falou “como a senhora é baixinha”! E eu lhe expliquei “uso cadeira de rodas”. Ele ficou ainda mais surpreso com o fato de hoje eu ser deputada federal, e disse que não sabia de minha deficiência.
Fiquei tão tocada com estes acontecimentos, que outro dia, ao encontrar o Dr. Ricardo Tadeu, Desembargador e cego, na primeira oportunidade fui logo lhe perguntando “o senhor sabe que sou loira e tenho olhos azuis? Juro que não pergunto por vaidade” (já que o padrão de beleza que hoje se consome é o da loira de olhos claros).  É que fiquei incomodada de imaginar que estas informações são silenciosamente negadas.
Finalmente compreendi o peso de se negar o direito a áudio-descrição.  É negar o direito à informação e à comunicação em prejuízo ao convívio social das pessoas com deficiência.
E não se admite mais, em tempos atuais, em que já dispomos das tecnologias que nos favorecem e nos trazem os confortos de que precisamos, que ainda estejamos discutindo o seu custo.  Como se não houvesse custo para as pessoas com deficiência, a sonegação das ajudas e tecnologias que compensam as suas limitações e lhes permite usufruir dos bens e serviços no mesmo patamar que os demais.
Se eu conseguir fazer avançar este recurso em acessibilidade comunicacional, para que ele passe a fazer parte da rotina das pessoas com deficiência, principalmente na Câmara dos Deputados, ficarei bastante satisfeita.
Penso que nossa luta pela acessibilidade é superior às nossas necessidades individuais. Ainda que atualmente não precise deste recurso, entendo que a luta pela acessibilidade transcende os interesses dos grupos e é única.  A vitória de cada um se traduz na vitória de TODOS nós, pessoas com deficiência.
Rosinha da Adefal*
*É deputada federal por Alagoas. Presidente da FrentePcD, já foi vereadora por Maceió e Presidenta da Associação de Deficientes Físicos de Alagoas (Adefal), entidade que lhe doou o sobrenome político.  É bacharel em Direito e servidora pública do Tribunal Regional do Trabalho em Alagoas e teve este depoimento publicado no Volume 7 da Revista Brasileira da Tradução Visual (RBTV).

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Que tal visitar a exposição de presentes protocolares, da Câmara dos Deputados?

Convido todos vocês a visitarem a exposição de presentes protocolares da Câmara dos Deputados.  Eu já fui, e garanto que vale à pena.

Aberta diariamente, das 9 às 17 horas, a exposição se iniciou em 29 de janeiro e se encerra em 31 de julho de 2011.

Fica no Salão Verde da Câmara dos Deputados. Aquele que vemos os parlamentares sendo entrevistados, onde ficam todos da imprensa, aguardando que eles saiam do plenário, para aquelas perguntas à queima-roupas.
Por norma estabelecida em 2003, os objetos com que são presenteados os presidentes da Câmara, em suas relações protocolares, fazem parte do patrimônio da Casa, transcendendo, assim, o âmbito pessoal para assumir uma dimensão histórica, ao guardar para o futuro a memória das relações institucionais desenvolvidas ao longo dos tempos.

Segundo a Agência de notícias da Casa, 141 objetos oriundos de 64 países de quatro continentes, incluídos aqueles ofertados por associações e entidades brasileiras, estão expostos.

São peças representativas da história, da cultura e da arte que compõem um belo e substancioso painel da riqueza humana, das diferenças que nos caracterizam como nações e nos definem como sociedades.

Registros dos primeiros grupos humanos socialmente organizados mostram a oferta de presentes como um gesto de boa vontade, como um aceno de concórdia e de paz, em que homens e mulheres dão ao outro o melhor de si para que possam conviver em paz e harmonia. Esse é o significado dados aos presentes recebidos pelos presidentes da Câmara dos Deputados, independentemente da nobreza material ou da expressão artística.

Venham todos. E aproveitem a oportunidade e me façam uma visitinha, lá no gabinete 230, do anexo IV da Câmara.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Uma dica para a boa utilização dos serviços do site da Câmara dos Deputados

Queridos internautas,

Convido todos vocês a conhecerem e utilizarem uma ferramenta do portal da Câmara, que me vem sendo muito valiosa neste meu mandato. Por certo interessa aos senhores também.

Ao acessar o site da Câmara dos Deputados (www.camara.gov.br), da esquerda para a direita, na parte superior da page, há um ícone com o nome "Atividade Legislativa". Ao clicar nele, o primeiro ícone que aparece é a agenda da Casa.

Aconselho os senhores a consultar, todos os dias, a agenda de atividades e eventos da Câmara.

Muitas de minhas intervenções, eu planejo após acessar esta agenda, a cada manhã.

Verificando a existência de evento, seminário, audiência pública, reuniões sobre assuntos de interesse, presença de autoridades, entre outros.  Vocês podem verificar tambem, o local e os parlamentares envolvidos.

Por exemplo: verificado que ocorrerá uma audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família, sobre BCP, é só consultar, em seguida, o link que leva à composição das Comissões e, de pronto, é possível saber o nome de todos os parlamentares envolvidos, com seus emails, aos quais, rapidamente, é possivel enviar  os requerimentos, cartas, moções, notas, pesquisa, e tudo o mais que seja do interesse, para subsidiá-lo nas ações que lhes interessam.

Também é possível saber que autoridades foram convidadas ou convocadas para o evento, o que também ajuda e muito.

Assim, é possível planejar a melhor forma de atuação em cada momento, e sobre cada tema, mesmo não estando em Brasília.

Lembro que a agenda muda diariamente. É importante verificá-la, no site, todas as manhãs.

A previsão de cobertura jornalística também só fica isponível na Agenda do Dia, que fica naquele caminho que descrevi para vocês.

Informação é um tesouro, não é mesmo?

Um forte abraço.

Rosinha

Uma linda apresentação de sapateado

terça-feira, 31 de maio de 2011

Acessibilidade começa em casa...no meu caso no apartamento...

No último dia 4 de abril, finalmente, recebi o meu apartamento funcional acessível.
Quem tem deficiência física sabe bem o que quero dizer com “finalmente”.
Nesses três meses de moradia na Capital do País eu enfrentei toda a sorte de desconforto em razão de falta de condições de acessibilidade.
Subi escadas e fui encaminhada as tribunas e mesas de eventos nos braços das pessoas, por falta de rampas e plataformas.
Em minha moradia provisória, tive até que providenciar a retirada de box de banheiro e criar acessos alternativos.
É claro que tive a compreensão e empenho de todos os envolvidos com as questões de acessibilidade da Câmara. Mas desentortar o que foi construído simplesmente ignorando nossa existência (pessoas com deficiência) não é tarefa simples. Ainda mais quando se trata de um patrimônio histórico, que requer todo um estudo para que se realizem as adaptações sem interferir no projeto inicial.
De saldo: em apenas três meses conheço as instalações da Câmara como ninguém; os servidores de meu gabinete vem perdendo peso e adquirindo mais fôlego, de tanto correrem empurrando minha cadeira (já que a falta de acessibilidade me faz ficar mais dependente da ajuda das pessoas); fiz ótimas amizades com o pessoal da Câmara e do Senado, envolvido com as questões de acessibilidade das duas Casas; as minhas próprias dificuldades na moradia me deram mais força e argumentos para lutar pela previsão de acessibilidade e cotas para as pessoas com deficiência no Programa Minha Casa, Minha Vida (falo sobre ele na nossa próxima conversa).
Fui a primeira parlamentar a receber a moradia funcional reformada e acessível. Ficou tudo muito bom. Muito bom, mesmo.  Apenas o lavabo não comporta a passagem de minha cadeira. Mas ele ficou com essa dimensão justamente para melhorar a acessibilidade de outras áreas. Não chega a ser um problema.  Nada é perfeito.
Os apartamentos funcionais dos deputados tem, em média, 240m². Na reforma, receberam novos sistemas elétricos e hidráulicos, e painéis solares para o fornecimento de energia. O piso de tacos foi trocado por porcelanato, e as antigas esquadrias, que estavam enferrujadas, foram substituídas. Cozinhas, banheiros e áreas de serviço também foram renovados e os elevadores trocados.
A Câmara conta com 432 apartamentos funcionais. A previsão é de que todas as quatro unidades do primeiro andar de cada prédio serão adaptadas para as pessoas com deficiência.  Assim vem sendo com os prédios que já foram entregues.
As unidades adaptadas contam com barras laterais no banheiro, cadeira móvel para o banho, portas mais largas, armários e móveis mais baixos.
Essas obras se iniciaram em 2008 e a previsão é de que em 2012 todos os apartamentos funcionais estejam reformados, o que é visto como uma valorização do patrimônio da União e redução drástica de gastos com auxílio-moradia.
Terei como vizinhos a Deputada Mara Gabrilli e o Deputado Walter Tosta.
Seremos todos instalados em andares mais baixos, para facilitar possíveis planos de evacuação em caso de incêndio ou outras intempéries e imprevistos.  Todos esses cuidados são resultado de estudos realizados pelo pessoal do Programa de Acessibilidade da Casa, inclusive a prioridade de recebimento da moradia pelos parlamentares com deficiência.
Sou uma deputada que “pega no pé”, que o diga o 4º secretário da Câmara, Deputado Júlio Delgado,  responsável pelo sistema habitacional da Câmara, em cuja porta do gabinete fiz acampamento (risos).
A Deputada Mara Gabrilli me chama carinhosamente de “espoleta”.
Já estou sendo chamada de “Fiscal da Acessibilidade” da Câmara (risos).
Outro dia me vi ligando para a gerente do programa de acessibilidade da Câmara para informar que determinado banheiro acessível, num corredor distante demais, e improvável de ser utilizado por mim, estava com a lâmpada queimada.  O fiz pessoalmente.
Me preocupo com as coisas grandiosas. Mas busco ir ajustando as pequenas coisas que encontro no meu caminho. É de minha natureza.
Nesses três meses também subi e desci de aviões de forma que me trazem reflexões sobre como atuar para que esse traslado seja algo realizado com dignidade e segurança.  Sobre isso, conversaremos em outra ocasião, quando eu já estiver com as idéias mais amadurecidas nessa área.
Tem quem esteja surpreso como minha ativa rotina de trabalho na Câmara. Dizem que é “fôlego de principiante”, que “daqui há pouco estabiliza”.
Digo-lhes que não!
Quem pensa assim, de fato, não me conhece. Não pulei de pára-quedas e caí na Câmara dos Deputados, num belo dia, por acaso. Tenho uma trajetória de ativismo que já se pode considerar longa, pois iniciada ainda na adolescência. E minha paixão pelas minhas lutas ocorre, principalmente, porque não me sinto batalhando pelos direitos e cidadania de pessoas que observo lá ao longe.
Sei que luto por mim mesma. Por um mundo cada vez mais acessível e inclusivo para mim também.  E isso me dá força. Muita força e crença. 
Não vou parar e nem retroceder, vou logo avisando!
Posso até fazer voltas e mais voltas para desviar dos obstáculos e atingir meus objetivos.  Mas não os perderei. Eles não sairão de meu foco.  E acessibilidade é um desses objetivos.
Quando luto pelos direitos das pessoas com deficiência, me vejo lutando por mim. Tem combustível melhor!?

domingo, 22 de maio de 2011

Um espaço para uma boa conversa

Olá, prezados internautas,

Remodelei este espaço e agora o meu blog é pessoal.

Nele, não mais divulgarei notícias e outros documentos relativos à minha militância, e nem a minha atividade profissional.

Aqui, agora, é um cantinho reservado para uma boa e despretenciosa conversa, para publicar uma bela mensagem, para divulgar uma música, para revelar uma receita culinária, para falar de mim, para divulgar eventos, roteiros de viagens, para fazer amigos.

Quem precisar da deputada e da militante Rosinha da Adefal, por favor, me procure pelos seguintes contatos, onde vocês serão muito bem atendidos pela equipe do meus gabinetes:

Praça dos Três Poderes - Câmara dos Deputados
Gabinete: 230 - Anexo: IV 
CEP: 70160-900 - Brasília – DF
Fone: (61) 3215-5230/3230/1230/4230
Fax: (61) 3215-2230

Rua Luiz Rizzo, 206 - Farol
CEP 57.057-540 - Maceió/AL 
Fone/fax: (82) 3328-6153

dep.rosinhadaadefal@camara.gov.br
www.rosinhadaadefal.com.br


Quem desejar conhecer o ser humano "Rosinha", fique por aqui, e vamos papear.

Maceió, 22 de maio de 2011
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